Zumbi, para muitos o símbolo da resistência negra contra a escravidão, foi o último chefe do Quilombo dos Palmares, localizado na parte superior do rio São Francisco, na Serra da Barriga, antiga capitania de Pernambuco (atualmente Alagoas).
Não se conhece a data exata de seu nascimento. Com poucos dias de vida
Zumbi foi capturado na região de Palmares pela expedição de Brás da
Rocha Cardoso e dado de presente ao padre Antônio Melo, em Porto Calvo.
Batizado com o nome de Francisco, cresceu aprendendo latim e português.
Aos 15 anos fugiu para Palmares e adotou o nome Zumbi, que significava
guerreiro. Logo passou a comandar militarmente o quilombo,
governado por Ganga Zumba. Em 1678, provocou uma guerra civil no
quilombo. Assumiu o lugar do líder e chefiou a resistência contra os
portugueses, que durou 14 anos.
No final do século 16, as terras
pernambucanas eram as mais prósperas das novas colônias portuguesas.
Havia 66 grandes engenhos na região e, no litoral, uma estrutura que
permitia o escoamento dos produtos. A cidade do Recife ficava a cada dia
mais organizada. Foi nessa época que Palmares surgiu, quando os
primeiros negros ali se refugiaram. Desde então, o mito em torno do
quilombo havia crescido. Tinha leis próprias, algumas bastante rígidas.
Em 1630, as autoridades pernambucanas calculavam que o quilombo de
Palmares contava com uma população superior a 3 mil pessoas que viviam
da agricultura. Em uma crônica de 1678 já se contava que os palmarinos
eram em número de 20 mil, ou talvez mais. Não era uma cidade, na metade
do século 17, mas reunia onze povoados.
Macaco, na Serra da
Barriga, era a capital. Possuía 1.500 casas, e uma população de cerca de
8 mil pessoas. Amaro tinha 5 mil habitantes e uma estrutura bem
organizada. Outros povoados eram Subupira, Zumbi, Tabocas, Acotirene,
Danbrapanga, Sabalangá, Andalaquituche... A Coroa já tinha dado a
ordem de acabar com o quilombo. Para destruí-lo, o poder colonial
organizou 16 expedições oficiais. Quinze fracassaram devido à região
montanhosa e às estratégias militares dos negros, embora fossem carente
de armas. A expedição vitoriosa ficou a cargo de Domingos Jorge Velho,
um bandeirante paulista treinado na caça aos índios. Comandou um
exército de 2 mil homens, armados de arcos, flechas e espingardas.
Em 1694, chegou a Macaco, descarregando contra a comunidade todo o seu
poder de fogo. A cidade resistiu durante 22 dias. Zumbi, depois de lutar
bravamente, fugiu e se escondeu. Foi capturado e morto em 20 de
novembro de 1695, depois de ter sido traído por companheiros. Seu corpo
foi mutilado e a cabeça enviada para o Recife, onde ficou exposta em
praça pública.
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